“Será que estou louca?”

Você já se perguntou: “Será que estou louca?” em algumas situações da vida passamos por tantas coisas, que algumas pessoas passam a questionar a própria realidade e também a julgar o que está sentindo ou pensando.

Inicialmente é preciso entender o que você estaria considerando como louca, seria uma pessoa que tem uma atitude fora do esperado? Alguém que não devesse sentir? Alguém que não fosse impulsivo?

É primordial entendermos primeiro o que seria para você considerado “normal” visto que é como o ditado que de perto ninguém é normal, entretanto, não são todos que são considerados loucos.

Outro ponto importante, é considerar o contexto o que está acontecendo de fato na vida, não há como cobrar certa normalidade de uma pessoa que convive em um ambiente tóxico, vivenciou alguma perda ou trauma recente.

É perfeitamente normal que algumas situações te tirem do eixo e provavelmente você se questionar sobre seu comportamento que talvez foi inadequado mostra que há uma noção do que deveria se aceitável ou não.

Ou seja, seria o contrário da loucura, insanidade que imaginamos que talvez pode não levar isso em questão.

Mas voltando, dentro do contexto é precisamos observar se o ambiente que você também não é invalidante, ou seja, se não tem uma pessoa dizendo que você não deveria se sentir assim ou que sua percepção está equivocada.

Não quero dizer que não podemos cometer equívocos dentro da nossa percepção, podemos sim, isso inclusive são as famosas distorções cognitivas, mas elas seguem uma lógica, precisamos compreender se de fato há ou não sentido na nossa interpretação.

Por exemplo, alguém que sofre uma agressão pode imaginar que a culpa foi dela pela atitude do parceiro, entretanto, sabemos que independente da causa não podemos sair por aí agredindo os outros pela nossa falta de autocontrole, logo, independente do motivo isso não daria o direito dessa pessoa agir como quer.

Outro exemplo que acontece bastante, é alguém te ofender e depois dizer que “era uma brincadeira”, veja bem, o ato de brincar deveria se algo leve entre duas pessoas, se só há uma pessoa dizendo coisas que sabe que vai machucar o outro e acha que isso é brincadeira, não é algo saudável, pois é como se ela estivesse indiretamente mandando a mensagem “Eu posso te machucar e você não deve se ofender com isso”.

Dito isso, antes de se questionar se é ou não louca, analise o contexto, veja a situação em que está, como gostaria de ter agido e se de fato não era necessário ser um pouco “louca” na ocasião.

Lembre-se geralmente a sua percepção está correta, faça essa análise e confirme isso, agora, se quiser aumentar o nível de validação o processo terapêutico pode te auxiliar nessa jornada.

Vanessa Buzinaro

Psicóloga – CRP 08/37419

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